Que boa fase atravessam os cantores britânicos, amigos. Quase toda semana cai um bom single/disco em nossas mãos e os primeiros lugares dos charts parece ter um canto reservado para eles. Enquanto a América do Norte (Estados Unidos/Canadá) desponta com uma sequência de rappers fora de série, a Terra da Rainha parece viver numa safra frutífera de cancioneiros.
Nos últimos meses, o Reino Unido teve alguns nomes como Rag’n’ Bone Man, Niall Horan, Zayn, James Arthur e outros passando pelos charts do mundo. O exemplo mais latente é o de Ed Sheeran e o seu disco ‘Divide’. Um verdadeiro capítulo a parte. O rapaz de madeixas ruivas e fã de rap desde pequenininho bateu todos os recordes nas lojas de streaming e no mercado tradicional. A miscelânea de viola acústica, flertes com música eletrônica e hip hop parece ter sido o algoritmo perfeito para os ouvidos de milhões pessoas mundo afora.
Em apenas um dia, o trabalho foi reproduzido mais de 57 milhões de vezes. ‘÷ ou Divide’ vendeu 672 mil cópias na primeira semana, se tornando o terceiro mais vendido de todos os tempos, atrás de ’25’, de Adele, e ‘Be Here Now’, do Oasis. E, de quebra, Sheeran conseguiu a maior venda de vinis em uma semana em mais de 20 anos.
Divide é o disco que serve para aquela viagem good vibes, pode tocar naquela rádio de consultório de dentista, servir de trilha de novela global ou ganhar um remix para animar uma pista de dança. Como foi Coldplay no fim dos anos 90, Ed Sheeran é o rapaz que agrada gregos e troianos com suas baladinhas grudentas.
Como qualquer lançamento, a cada semana o disco/single vai perdendo posições em qualquer parada mundo afora por conta das novidades que vão chegando às lojas. Está sendo assim com Ed Sheeran com ‘Divide’, mas já tem outro cantor britânico para ocupar este lugar e atende pelo nome de Harry Styles.
O ex-One Direction lançou dois singles certeiros e presenteou os fãs com um disco completo na última sexta-feira. Eu não acompanhava muito a boy band que ele participava, confesso. Quando saiu o primeiro single, ‘Sign of the Times’, eu nem dei bola. Só prestei atenção que na maioria das fotos de divulgação, Styles usava uma camisa de gola bufante. Quem usa uma coisa tão desconfortável dessas?
O disco de Styles é um tributo ao rock e algumas músicas por ali, poderiam ser de bandas indies como Kasabian, Franz Ferdinand ou Kooks. O rapaz tem uma voz robusta e músicas envolventes, tenho que assumir. A única coisa que é meio pala são as canções românticas melosas que destoam um pouco do resto. Por exemplo, se ‘Ever Since New York’ fosse cantada em português poderia ser interpretada facilmente por algum figurão brasileiro de sertanejo como Fernando e Sorocaba ou Jorge e Matheus.
Passando a febre Styles e Sheeran, os dias estarão contados para os cantores britânicos nesta temporada? Eu aposto que não, meus amigos. Sam Smith é outro candidato em potencial para deixar a bandeira do Reino Unido mais uma vez no primeiro lugar. O cantor demonstrou o estrago que pode fazer com ‘In the Lonely Hour’, seu único disco. ‘Lay Me Down’, ‘Stay With Me’ e ‘Money on My Mind’ foram hits instantâneos para esta juventude. Por quê? Talvez ele tenha conseguido atingir o público com suas desilusões amorosas envolta de belos arranjos e uma voz aveludada.
O sotaque britânico ainda poderá persistir entre as músicas mais executadas na sua plataforma de streaming favorita por conta de um rapaz chamado George Ezra. Fã de Dylan e Young, o cantor pegou um caderno em suas andanças durante a turnê do disco ‘Wanted on Voyage’ e andou escrevendo algo todos os dias. Desde o começo do ano em estúdio, o maior desafio é filtrar músicas tão boas quanto apareceram no seu último trabalho e fazer com que ele continue fazendo o que mais ama em vida: viajar no melhor estilo Jack Kerouac.
Parafraseando Harry Styles, é um sinal dos tempos (‘Sign of the Times’) esta penca de cantores britânicos que estouram quase todo mês? Uns são alavancados por um marketing brutal e pesquisa de campo para a composição de músicas perfeitas que sirvam para pessoas de gostos diferentes. Outros tem a sutileza de entender o que os jovens estão passando e traduzem em canções para curtir uma fossa. Que fase, amigos!
(Ilustração: Victor Augusto)
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