Luana Piovani, que todo mundo sabe que fala o que pensa mesmo e não tem medo disso, se posicionou recentemente sobre o caso de assédio sexual envolvendo José Mayer.
Em seu canal no YouTube, a atriz fez uma transmissão ao vivo no dia 3 de abril, segunda-feira, para comentar, entre outros assuntos, sobre o machismo, a violência contra a mulher e como muitas vezes a sociedade passa pano para essas situações.
Luana começa, aos 15 minutos e 10 segundos:
“Olha, não é o primeiro, não foi o primeiro assédio e com certeza não será o último assédio. O que acho genial de ter acontecido agora, sobre o assédio da figurinista, é que ela rompeu o silêncio, ela falou. Porque o que mais tem é assédio o tempo todo em ambiente de trabalho, em ambiente de subalterno. O cara tem mais poder que você e ele vai tirar proveito disso.”
Ela continuou, dizendo que as pessoas não podem “eleger um Judas” nessas horas, pois convivemos com casos assim há muito tempo. A partir daí ela cita vários homens famosos que já abusaram e assediaram sexualmente suas mulheres e tudo continuou tranquilo para eles, como o jogador de futebol Garrincha e o ator Kadu Moliterno.
“Garrincha enchia Elza Soares de porrada e ele é lembrado como um herói aqui no Brasil. Kadu Moliterno, que já foi meu par romântico, bateu na esposa, ela saiu na capa da Veja escrito ‘Não foi a primeira vez’, e eu não soube de condenação. Ele continua trabalhando, fazendo novelas, posando com as novas namoradas… Bruno [Fernandes, o Goleiro Bruno]… né? Nem o corpo [de Eliza Samudio] ele disse onde tava, e ele foi contratado. Você acha que ele foi ressocializado? Que ele pagou pelo crime que fez? Porque ele disse que foi um erro, não disse que foi um crime. Ele chama matar uma mulher grávida, pedir para alguém cortar, dar para os cachorros e nem contar onde a menina tá, de erro. E ele tá aqui, dando autógrafo, ganhando um puta salário provavelmente.”
Luana, então, menciona o próprio caso – quando seu então namorado, Dado Dolabella, a agrediu em 2008.
“Dado Dolabella enfiou a mão na minha cara, eu fui para o mundo contar e seis meses depois ele ganhou R$ 2 milhões n”A Fazenda’, votados pelo telefone. Pelas pessoas. Então o que eu quero dizer é o seguinte: Nós escolhemos essas pessoas, essa realidade. Porque as pessoas se calam, não falam, ou falam e fingem que não escutaram, e com poucas falando, quando uma dessas morre, ficam tampando como se tudo estivesse bem. Assédio, essas histórias machistas e misóginas, é o que a gente mais tem. A gente precisa quebrar o silêncio, tomar as rédeas das nossas vidas pelas mãos em todas as empresas, em todos os lugares. Vocês imaginam como eu me senti quando Dado Dolabella ganhou R$ 2 milhões seis meses depois de ter enfiado a mão na minha cara?”
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