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Diretor iraniano diz que não irá ao Oscar mesmo se Trump abrir exceção
Diretor de “O Apartamento”, longa iraniano indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, Asghar Farhadi disse que não comparecerá à cerimônia de premiação nem mesmo de Donald Trump lhe abrir uma exceção. “Decidi que, assim como meus colegas da comunidade cinematográfia iraniana, eu não irei à cerimônia do Oscar”, disse Farhadi em um comunicado publicado neste domingo (29) no New York Times.
“Sei que muitos da Academia e da indústria são contra o fanatismo e o extremismo, que hoje está mais forte do que nunca”, analisou o diretor. “Mas ainda que abram uma exceção para que eu possa viajar, ir aos Estados Unidos sob mil e uma condições não me parece algo aceitável.”
O diretor ressaltou que o que está acontecendo nos Estados Unidos não é um fenômeno novo, muito menos uma exclusividade daquele país.
“No meu país, os ‘linha-duras’ também são assim. Durante anos, vários grupos tentam apresentar as pessoas imagens não-realísticas e temerosas sobre diferentes naçoes e culturas com o objetivos de transformar diferenças em desavenças, desavenças em inimizades e inimizades em medo. Humilhar uma nação sob o pretexto de guardar a segurança de outra não é um fenômeno novo na história e sempre preparou o terreno para criar um futuro de diferenças e inimizades.”
Sobre o pretexto de proteger os americanos do terrorismo, o novo presidente dos Estados Unidos assinou nesta sexta-feira (29) um decreto que restringe a entrada de cidadãos de sete países de maioria islâmica. Vários famosos saíram em defesa dos imigrantes, se posicionando contra o decreto.
Por conta da canetada de Trump, nenhum envolvido na produção de “O Apartamento” poderia comparecerer à cerimônia do Oscar, já que o filme é iraniano. Protagonista do longa, a atriz Taraneh Alidoosti anunciou antes mesmo de Trump assinar o tal decreto que, em protesto, ela não iria ao Oscar.
Em um comunicado divulgado neste domingo, a Academia afirmou que “celebra realizações na arte do cinema, o que transcende fronteiras e fala com pessoas do mundo todo, independente de nacionalidade, etinia ou diferenças religiosas”. “Como apoiadores do cinema e dos direitos humanos para todos, no mundo todo, achamos extremamente preocupante que Asghar e sua equipe sejam barrados de entrar no país por causa de sua religião ou país de origem”, disse o texto.
Será que a galera da Academia vai preparar algo especial na noite da cerimônia para demonstrar sua insatisfação com essa situação? Estamos aguardando…